Operação Armistício: veja quem são os criminosos do PCV e como agiam

O Ministério Público do Espírito Santo (MPES) divulgou os nomes dos cinco presos na Operação Armistício, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), com o apoio do Núcleo de Inteligência da Assessoria Militar do MPES, da Diretoria de Inteligência da Polícia Militar do Espírito Santo (DINT- PMES) e do 7º Batalhão da Polícia Militar.

Auto intitulados como Primeiro Comando de Vitória (PCV), os presos foram transferidos nesta segunda-feira (19) da Unidade de Segurança Máxima Estadual para o Sistema Prisional Federal. Eles ficaram ficaram submetidos ao Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), onde são recolhidos em cela individual e tem direito a visita de duas pessoas por semana.

Eles ainda comandavam  a facção criminosa de dentro da prisão, por intermédio de advogados.

Confira quem são os sentenciados:

João de Andrade: conhecido como “Joãozinho da 12″ e ‘Paizão”, era uma das lideranças do PVC. Foi condenado a 21 anos e 10 meses de reclusão, em cumprimento desde março de 2011 na Penitenciaria de Segurança Máxima II (PSMA II) em Viana.

Carlos Alberto Furtado da Silva: conhecido como “Nego Beto” e “Murunga”.  Foi condenado a 54 anos e 08 meses de reclusão, em cumprimento de pena desde 20/02/2008, atualmente custodiado em regime fechado Penitenciária de Segurança Máxima II (PSMA II), em Viana. Ele esteve preso na Penitenciária Federal de Mossoró de 09/10/2015 a 09/12/2016.

Geovani de Andrade Bento: chamado também de “Vaninho”, “Vanin”, “Magrelo” e “Grilo”. Está preso provisoriamente desde 19/02/2020, com mandados de prisão expedidos em diversas ações penais2. Atualmente custodiado na Penitenciária de Segurança Máxima II (PSMA II), em Viana.

Giovani Otacilio de Souza: conhecido como “Bob Esponja”, “Cara de Queijo” e “Paraíba”. Ele foi condenado a 128 anos, 05 meses e 05 dias de reclusão, em cumprimento de pena desde 09/10/2017 – última prisão. Atualmente custodiado em regime fechado na Penitenciária de Segurança Máxima II – (PSMA II) em Viana.

Pablo Bernardes: também chamado de “Geléia”. Foi condenado a 07 anos de reclusão, em cumprimento de pena desde 04/06/2020, além de prisões provisórias decretadas em ações penais. Ele está atualmente custodiado em regime fechado na Penitenciária de Segurança Máxima II (PSMA II), em Viana.

Como funcionava:

Os presos comandavam a PVC de dentro das penitenciárias ao passar os comandos para seus advogados, que repassavam aos membros da facção criminosa. A operação identificou um total de 1.600 visitas recebidas pelos cinco criminosos feitas por 293 advogados.

O privado de liberdade que mais recebeu visitas foi João de Andrade, com 358. 87 desses encontros foram realizados por diferentes pessoas exercendo a advocacia e 208 foram somente do advogado Lucas Depolo Muniz, somando no total 603h e 25 min, sendo esse o maior número de horas de conversa entre investigados na operação.

Além de Andrade, Muniz também é o representante dos detentos que mais mais realizou visitas a outros presidiários integrantes do PCV. Ele encontrou Carlos Alberto Furtado da Silva 140 vezes (506h36min), Geovani de Andrade Bento 75 vezes (333h05min), Giovani Otacilio de Souza recebeu 41 visitas dele (166h05min), 19 conversas (86h41min) foram feitas com Edson dos Santos Correa e 1 visita (não foi informado a quantidade de horas) a Pablo Bernardes.

Chayene Evelyn Carvalho de Moraes, com 133 (486h86min) encontros e Emanuella Carlete Sobreira de Oliveira, com 52 (109h02min), foram outras duas advogadas com significativa quantidade de tempo de conversa constatadas.

A investigação do MPES identificou, por meio de interceptações telefônicas, telemáticas e outras diligencias investigativas, que com essa comunicação criminosa eram feitos os crimes de tráfico de drogas, aquisição de compra de armas e munições, queima de ônibus, planejamento de homicídios e execuções.

Em um dos aparelhos eletrônicos de uma advogada, foi localizado um print de uma chamada de vídeo entre Marujo (uma liderança fora do presídio) e um dos participantes da facção aprisionado.