Aposentado do MMA desde outubro do ano passado, quando foi derrotado por Uriah Hall por nocaute no quarto round, Anderson Silva está prestes a partir para um novo desafio em sua carreira nas artes marciais. Atualmente com 46 anos, o brasileiro tem duelo de Boxe marcado contra o pugilista mexicano Julio César Chávez Jr, ex-campeão mundial. O “Spider” sempre deixou claro que lutar na modalidade sempre esteve em seus planos, no entanto, o contrato com o UFC, que chegou ao fim em 2020, o impedia de atuar na nobre arte.
O fato de Anderson não ter feito duelos de Boxe ao longo do seu contrato com o Ultimate se deve ao fato de que Dana White, presidente da organização, sempre cobrou exclusividade por parte dos seus atleta, o que desagradava muitos deles, principalmente após Conor McGregor receber o direito de fazer uma luta de Boxe contra Floyd Mayweather em 2017, com Dana participando das negociações para a realização do confronto, que movimentou muito dinheiro entre os envolvidos.
Além disso, há alguns anos, sabe-se que Dana White tinha uma relação “estremecida” com algumas estrelas do Ultimate, como Tito Ortiz, Jon Jones, Cris Cyborg e justamente Anderson Silva. Em comum, a maioria dos lutadores entrava em atrito com o mandatário por pedidos de valorização financeira e por duelos contra determinados adversários. Em entrevista a ESPN Brasil, o ex-campeão peso-médio do UFC falou mais abertamente sobre sua relação com o “Big Boss” ao longo do seu período na maior organização de MMA do mundo.
“Eu não tenho uma relação de amor e ódio com ninguém (risos). Eu tenho minha opinião própria sobre ele, é daquele jeito. Quando você assina o contrato, o advogado do UFC vê se está tudo o que você quer ali, ok. Se não está do jeito que eu quero, o contrato vai e volta, até ficar do jeito que eu quero, que vai ficar bom para mim. E sempre foi isso o que aconteceu. Algumas vezes, ele se colocava na condição de lutador, sendo que ele nunca subiu para tomar um soco, nunca tomou um beliscão, e ficava falando bobagem. Tinham coisas que ele não podia nem falar. Ele não tem como abrir a boca, porque ele não tem condições de falar sobre. Ele entende dos bastidores, mas nunca subiu para tomar um chute nas pernas, nunca tomou uma ‘baiana’, um tapa na cara, aí fica falando besteira… Aí eu batia de frente mesmo, e sempre vou bater de frente quando eu achar que estou certo de alguma coisa, e não estou nem aí para o que as pessoas vão achar de mim”, disparou Anderson.
Aposentado do MMA, Anderson Silva construiu um cartel de 34 vitórias (sendo 23 por nocaute) e 11 derrotas na modalidade. O brasileiro chegou no UFC em 2006 e ostentou o cinturão peso-médio da companhia até o ano de 2013, quando foi derrotado por Chris Weidman por nocaute no segundo round, no card do UFC 162.